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André Lemos e a cibercultura

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  Cibercultura é a cultura contemporânea suportada pela tecnologia. É ter maior acessibilidade a conhecimento, é se expressar, é ler, mas também produzir. Segundo André Lemos, a cultura massiva dos meios de massa pré digital é uma cultura somente de leitura. Somente era possível receber, ler jornal, assistir TV, ler um livro, ouvir um professor. Enquanto a cibercultura é a possibilidade de uma leitura ainda mais ampla, além de criar a oportunidade de produzir. Essa liberdade de emissão, essa inclusão, essa democratização do conhecimento são as principais características da cibercultura. Além disso, a possiblidade de produzir é responsável pela criação de nichos e do sentimento de conexão para com a sociedade. Um sentimento bom de liberdade criativa e de expressão, de poder fazer parte do processo e deixar de ser um critico passivo para ser um critico ativo e que produz, seja no blog, no twitter ou em qualquer lugar. Segundo Lemos, essa liberdade e essa possibilidade de se agrupar tem u

Feminismo Negro e a Interseccionalidade de Gênero, Raça e Classe

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 O feminismo, como qualquer movimento politico e social, é complexo e diverso. Tratar o feminismo como somente a busca feminina pela igualdade e luta por seus direitos é algo raso, porque essa luta não é igual para todas as mulheres.  Eu, como feminista e uma mulher branca, nunca irei entender a dimensão da luta de uma mulher negra. Nunca terei que enfrentar o racismo e o machismo em conjunto.  Esse "conjunto" é chamado de interseccionalidade. Esse é principal assunto tratado por  Eunice Lea de Moraes e  Lucia Isabel Conceicão da Silva em  Feminismo negro e a interseccionalidade de gênero, raça e classe, presente no setimo volume dos  Cadernos de Estudos Sociais e Políticos de 2017. Essa importante obra trata sobre como a formação de identidade da mulher negra é diferente do homem negro e da mulher branca, já que teve que enfrentar os estigmas raciais e de sexo. Também é evidenciada a critica das mulheres negras tanto para o feminismo branco incapaz de perceber as implicações

E se substituíssemos políticos por pessoas escolhidas aleatoriamente?

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 Imagine a seguinte situação: Os governantes passam a ser escolhidos por sorteio. Não existe mais o processo eleitoral por meio do voto, a escolha passa a ser aleatória. Apesar de parecer maluca, essa é uma hipótese exposta pelo  autor e ativista Brett Hennig. De forma provocadora e irreverente, Henning expõe o fato da nossa democracia ser falha. Ao apresentar essa alternativa de escolha aleatória, que tem raízes na Atenas antiga, ele tem como objetivo a criação de um governo das massas. A maior vantagem que esse sistema pode proporcionar parece ser o fim da política como profissão. Ao escolher de forma aleatória, a predominância esmagadora de homens cis brancos em cargos políticos seria posta em xeque. Dados de pesquisas do STF apresentados em uma reportagem do G1 apontam que, a partir de 2019, 71% da composição da Câmara é formada por brancos, contra somente 24,4% sendo ocupadas por negros (pretos e pardos). Isso só demonstra como o cenário político brasileiro não é um amostra real d

Sociedade do espetáculo

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"Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de produção se anuncia como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação." (p. 13). É com essa forte declaração que  Guy Debord inicia o primeiro capitulo do seu livro intitulado "A sociedade do espetáculo". Mas o que ele quis dizer com isso? É possível concluir que, para Debord, a sociedade do espetáculo é falsa e artificial. Porém, o espetáculo não é considerado só imagens, mas a relação social mediatizada por imagens.  O espetáculo é descrito como a representação do modelo de vida socialmente dominante. Seja por propaganda, consumo direto ou publicidade, é  a justificação total das condições e dos objetivos do sistema capitalista .  O conceito do espetáculo é unificação e explicação dos fenômenos aparentes da sociedade, é a afirmação da aparência.  A realidade manifesta-se do espetáculo  e o espetáculo  surge do real, existe assim uma

A busca por segurança

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O que é comunidade? Essa é uma pergunta um pouco tendenciosa. Comunidade é como um sentimento, é difícil descrevê-la, é mais fácil senti-la. Essa palavra invoca inconsistente um sentimento bom de abrigo e segurança, nos deixa com uma sensação gostosa de pertencimento, de lar. Porém, ao refletir mais seriamente sobre o que realmente é uma comunidade, percebemos que nossos conceitos sobre ela são otimistas demais e utópicos demais. Apesar disso, essa não é uma razão boa o suficiente para nos fazer desistir da busca pela segurança que a comunidade supostamente nos trará e, mesmo se fosse uma boa razão, nós nunca iriamos desistir desse sonho. É isso que Zygmunt Bauman, um dos maiores nomes da sociologia, explica em seu livro " Comunidade. A busca por segurança no mundo atual". Em sua obra, Bauman diz como o fato dessa comunidade utópica ser completamente inviabilizada pela realidade de uma sociedade violenta e egoísta atual não faz com que nossa fé e desejo pela comunidade diminu

A era dos extremos

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O século XX é o século das mudanças. Ao usar o termo "o breve século XX" em diversas partes do seu livro, o famoso "A era dos extremos",  Eric Hobsbawm nos mostra em sua obra um período veloz e caótico de rupturas e renascimentos. Com a visão de um historiador experiente e que teve a oportunidade de presenciar os acontecimentos históricos discutidos em seu livro,  Hobsbawm narra os grandes acontecimentos, como: As guerras "quentes", a Primeira (1914) e a Segunda (1939) grande guerra, e a guerra "fria"; a queda do comunismo e do muro de Berlim e as consequências desses acontecimentos.  Esse livro divide o século XX em três "eras". A primeira é a da guerra e da catástrofe, essa era é caracterizada pelas duas grandes guerras, pela crise econômica de 1929, pelo surgimento do comunismo como alternativa para o sistema capitalista e a expansão do fascismo e regimes autoritários. Já a segunda era tem o caráter oposto, sendo conhecida como "

Apresentação

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  Meu nome é Natália Souza Lima, como o próprio nome levemente narcisista do blog deve sugerir, e sou uma caloura da UFSB no curso de BI em humanidades.  Esse é meu primeiro blog e ainda não sei o que fazer ou falar. Como deveria me referir a vocês? Leitores? Acompanhantes da minha jornada acadêmica? Porque definitivamente é uma jornada. Difícil e desafiadora na mesma proporção que é gratificante e importante. Confesso que quando o professor propôs o uso do blog como ferramenta acadêmica, eu não estava empolgada. Mas agora eu entendo o que ele quis dizer e estou empolgada com a ideia de um "diário de borbo" para registrar minha vida acadêmica. Enfim, irei tentar atualizar esse blog sempre que estudar algo interessante. Até a próxima!